Neste final de semana li no Jornal Pampulha um artigo do Paulo Navarro muito interessante a respeito da greve dos caminhoneiros e, gostaria de colocar alguns trechos aqui.
Ele expressou em texto o que penso em relação a malandragem do nosso povo e provavelmente as pessoas com mais idade certamente irão de concordar com ele.
PAULO NAVARRO – PUBLICADO EM 09/06/18 – 03h00
“A pessoa tem um posto e vende gasolina a R$ 6 o litro. O Ceasa vende o saco de batata que custava R$ 75 a R$ 500. O mercado vende o alface por R$ 6,58. E só o político é ladrão e corrupto. Parabéns, Brasil, pela união. Se serve de consolo, temos lembranças do último grande furacão nos Estados Unidos, onde faltou de tudo”.
Aquarela patriótica
“Nos Estados Unidos, durante e depois do furacão, a maioria dos mercados, farmácias, postos de gasolina, hotéis, comércio em geral, vendia produtos e serviços a preço de custo para ajudar a população. Lamentável. O problema do Brasil é o brasileiro. Sem sombra de dúvidas”.
Aquarela cruel
“O brasileiro é tão subserviente que, quando alguém chama Lula de ignorante – o que é uma verdade – diz-se que o presidente está sendo desrespeitado. Vivemos num ambiente de lassitude moral que se estende a todas as camadas da sociedade. Esse negócio de dizer que as elites são corruptas, mas o povo é honesto é conversa fiada. Nós somos um povo de comportamento desonesto de maneira geral, ou pelo menos um comportamento pouco recomendável. Se me acompanhar à rua, podemos fazer uma experiência”.
Aquarela e querela
“A população da zona sul do Rio de Janeiro é formada, em grande parte, de gente da terceira idade. Quando um idoso atravessa a rua, os motoristas de ônibus aceleram em ponto morto, fazendo um barulhão, para assustar o velho, querem matar o velho. Os brasileiros estão convictos de que, se um pedestre atravessar fora da faixa, o motorista tem o direito de atropelá-lo e matá-lo”.
Aquarela desbotada
“Ouço de várias empregadas domésticas, comuníssimo, aqui no Rio, que responsáveis pela merenda escolar retiram alimentos das crianças e levam para casa, para distribuir entre parentes e até montar quitandas. Isso é um evidente absurdo”. Será que agora isso vai acabar ou vivemos apenas mais um voo cego de galinha, como em 2013?
Aquarela total
Resumo da ópera bufa: Claro que existem brasileiros honestos, como também políticos. Mas a maioria confirma a regra. Um querendo levar vantagem sobre o outro, no final, todos perdem porque um desconta no outro. No capítulo impostos, o governo explora o povo, o povo explora o próximo e sonha em enganar o governo. Resultado: um gosto da Venezuela na boca.
O ópio do povo
Na esteira dos acontecimentos, recebemos o seguinte texto do empresário e ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sicepot-MG), Emir Cadar: “Minha tristeza é que, daqui uns dias, começa a Copa do Mundo e vamos assistir aos carros correndo pelas ruas, com bandeirinhas do Brasil presas nos vidros laterais, com pessoas vestindo as camisas da seleção”.
´´Firmas terão que interromper suas atividades na hora dos jogos e emendar feriadões. Os políticos vão se afastar de Brasília”.
Continuando com o texto de Emir Cadar: “Os políticos abandonam Brasília para agradar suas bases e deixar o Congresso às moscas. Enquanto isso, o país, mergulhado na maior crise da sua história, mesmo dependendo de todos para se reerguer, vai acompanhar a seleção brasileira, composta quase em sua totalidade por ‘estrangeiros´´.
“Jogadores que estão fora do Brasil há tempos, ganhando rios de dinheiro e pouco se importando com o Brasil”.
“O circo está montado, mas e o pão? Como vamos ganhá-lo. Comemorando jogos da seleção é que não vai ser. Abra os olhos, Brasil”
A reflexão de Emir, infelizmente, é velha canção em nossos ouvidos, mesmo porque, em menor ou enorme grau, como agora, não é só de quatro em quatro anos que o Brasil está em crise. É sempre. Triste.
Deixe um comentário